Cinco amigos. Não sei dizer como se conheceram, as circunstâncias vividas, qual a profissão de cada um... Não sei nem seus nomes; apenas sei que, num determinado momento e diante de uma dificuldade, eles estavam juntos! Esse episódio aconteceu numa cidade chamada Cafarnaum, ao norte do mar da Galiléia, um lugar que presenciou muitos milagres!
Um desses amigos tinha uma limitação física: não podia andar, se locomover, pois era paralítico. Os demais também tinham suas limitações, com toda certeza. De repente um deles não sabia jogar futebol; o outro era péssimo em matemática. Ainda outro amigo tinha medo de andar no escuro e, por fim, um ainda era meio preguiçoso. Limitações de um lado e de outro. E quem não as têm? Imperfeitos que somos, colecionamos limitações! Mas, cá para nós, quem mais sofria com a sua limitação?
Não poder andar, correr, ir ao mercado, passear, brincar. Sempre depender de alguém para as necessidades mais básicas. Sempre depender que alguém lhe estenda a mão, por amor ou pena. Não é fácil conviver com a dependência de outrem. É certo que a limitação física não é o fim, e pode ser exatamente o começo de uma nova vida, com mais valor e alegria, com superação e exemplo! Há pessoas fisicamente incapazes, mais capazes que muita gente dita perfeita!
Mas a nossa história continua... Todos na cidade conheciam esse pequeno grupo de amigos. A forma como se relacionavam, o respeito direcionado a cada um deles, o carinho com que lidavam com as diferenças uns dos outros. As limitações entre os verdadeiros amigos são plenamente entendidas, pois existe a consciência de que todo indivíduo é único e que para se conviver bem, é necessário abrir mão de alguns conceitos “negociáveis” para que o outro também encontre o seu lugar no grupo. Às vezes questões cruciais e de entendimento diverso precisam ser adiadas, em nome da velha e boa amizade. Afinal, há tempo para tudo debaixo do sol!
Um fato novo está para acontecer. A cidade está agitada. As ruas não cabem mais os tantos andarilhos. Ouve-se que há um notável Profeta na cidade. As multidões correm para ouvi-lo falar. Todos se aproximam e trazem seus enfermos para serem curados. A casa onde o Profeta se encontra está abarrotada de gente, não há espaço sequer para mover-se de lugar. A novidade chega aos ouvidos dos nossos amigos...
“O que esse Profeta têm que arrebata tantas multidões? O que Ele quer em nossa cidade? Dizem que Ele opera milagres, será mesmo? Dizem que curou um cego e um leproso. Dizem tantas coisas...” A mente de nossos amigos fervilha de questionamentos! “Deixa pra lá! Deve ser mais um desses enganadores que sempre aparecem por aqui!” Mas havia algo diferente nessa notícia... Os olhares da multidão, o alvoroço incomum, os testemunhos... Tudo parecia aproximar nossos amigos de um encontro com o tal Profeta! Um encontro que mudará para sempre a vida de todos!
“Será que Ele pode me curar? Vocês me levariam até Ele?” Com os olhos marejados, o amigo paralítico questiona os demais e insiste: “Vocês fariam isso por mim? Me levariam até o Profeta?” Por um momento não se ouve palavra alguma. O silêncio impera. Entre olhares, todos se perguntam: “Que pedido é esse? Vamos perder nosso tempo e ainda frustrar nosso amigo!” Nessa hora apresenta-se a mais cruel das limitações: a falta de FÉ!
Há um ingrediente mais necessário do que esse? Sem fé é impossível caminhar nessas estradas cheias de sobressaltos, vias expressas e corredores infindáveis, um emaranhado de acessos, curvas, pontes, níveis e desníveis que chamamos de VIDA! Ah... quando nos falta fé, desconfiamos demais, embrutecemos demais... Fincamos o pé e ninguém nos tira do terreno árido da descrença!
Mas, mesmo sem crer, nossos amigos atenderam ao pedido feito (afinal era o pedido de um amigo!). Enfrentaram a multidão e chegaram até a casa onde estava o Profeta. Por estar cheia demais, não puderam entrar pela porta, então nossos amigos acharam uma maneira nada convencional: arrumaram uma escada e subiram no telhado, tiraram algumas telhas e desceram numa maca o amigo paralítico aos olhos de todos! O Profeta curou o paralítico, que saiu andando, e também seus amigos, que passaram a CRER!
O tal Profeta da nossa história é JESUS, e o relato desse milagre está no capítulo 2 do livro de Marcos, na Bíblia Sagrada. Podemos tirar pelo menos uma lição de toda essa narrativa: Amigos são limitados, mas seus corações não precisam ser! Muito boa essa notícia, não?
Feliz Dia Mundial do Amigo!
[Mensagem escrita em comemoração ao Dia Mundial do Amigo, em 20/07/2008 – Texto registrado]
2 comentários:
A Graça e a Paz do Senhor! Gostamos muito do seu blog, pois tem mensagens edificantes. Continue semeando a palavra do Senhor Jesus Cristo. Fique com Deus e se puder visite o nosso blog e comente.
Maravilhosa, abençoada e edificante mensagem deste post.
Continue na abundante Graça!!!
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