Leia II Reis 4:26b / Jeremias 17:7-8 / Romanos 8:28
Há um milagre no capítulo 4 de II Reis, gerado pela confiança no Senhor! Vemos o Deus de Eliseu (sucessor do profeta Elias) operando milagres e multiplicando a nossa pequena fé.
A partir do versículo 8 temos uma história fascinante que me emociona sempre que a leio. Minha mente vai longe, imaginando, como numa peça teatral, os diálogos entre a sunamita e Eliseu.
A sunamita “vivia bem entre a sua gente” (v.13b) e não precisava que Eliseu intercedesse a seu favor ao Rei ou qualquer oficial. O profeta queria, de alguma forma, recompensa-la por ter lhe tratado tão bem (quem dera tratássemos assim os nossos missionários de pés empoeirados por pregar a Palavra, construindo para eles “um quartinho de tijolos, com cama, mesa, cadeira e lamparina” (v.10)). Aparentemente não havia nada a ser feito.
Geazi, servo de Eliseu, observou que a sunamita não tinha filhos e seu marido era idoso (v.14), então o profeta, consciente da necessidade da mulher, lhe diz “no ano que vem, por volta dessa época, você estará com um filho nos braços” (v.16).
Nossa história começa aqui.
Quantas vezes ansiamos por coisas, as incluímos em nossas orações por um tempo geralmente longo, mas depois nos conformamos com o aparente “não” de Deus. Afinal, Ele não respondeu mesmo...
Com certeza a sunamita orou por um filho, que viesse trazer alegria ao seu lar, visto que, naquela época, não ter filhos era quase maldição. Ela devia ter orado, clamado, chorado, tentado uma, duas vezes... uma vez mais e daí cansou... não pediu mais, não clamou mais, nunca mais chorou... O cansaço enfraqueceu a sua fé. A confiança dá sinais de debilidade. O tempo também passou e ajudou a jogar a última pá de terra sobre o “defunto chamado confiança”.
Então vem Eliseu, disposto a desenterrar o “defunto”, e promete um filho a sunamita. “Não, meu senhor. Não iludas a tua serva, ó homem de Deus!” (v.16b), diz a pobre mulher, não querendo se desapontar mais uma vez.
Difícil crer quando a confiança já foi embora e o que nos resta é esquecer o pedido não atendido, pois tamanha demora nos sufoca. Onde está Deus? Será que não ouve? Não se inclinará mais em meu favor? Simplesmente se foi. Não deixou nenhum bilhete sobre a mesa, um recado com o vizinho, nada... Apenas silenciou. Então desfalecemos.
Mas, como Eliseu dissera, a mulher engravidou e deu a luz um menino. A resposta estava ali, viva, na frente da sunamita. Seus dias foram trocados de tristeza/conformismo para a alegria da oração respondida!
Podemos até esquecer das palavras que proferimos em nossas orações, mas Deus nunca esquece e vem com a resposta na hora certa, sem atrasos, sem demora. Ressuscita e traz de volta a nossa confiança no Deus que tudo pode!
Precisamos confiar, apesar do silêncio de Deus, do nosso imediatismo... apesar de nós mesmos!